Economia prateada traz oportunidades para marcas e empresas

Vivian Peres

Tenho um filho de 9 anos e ele tem grandes chances de viver até os 100. Essa previsão se apoia em dados da ONU, que estima que, em 2100, o mundo terá 21 milhões de pessoas centenárias. No Brasil, a evolução será ainda mais acelerada: a população com 100 anos ou mais deve crescer 110 vezes.



Atualmente, já são mais de 59 milhões de brasileiros acima dos 50 anos, quase um terço da população. E a tendência é clara: até 2078, metade dos habitantes do país estará nesse grupo. Só fazendo um parêntese aqui, quando falamos de economia prateada, a maioria dos estudos considera a população a partir dessa idade, e não 60+ como é de praxe.


Voltando ao nosso tema. São pessoas com poder aquisitivo expressivo, que sustentam famílias, movimentam a economia e seguem ativas em múltiplos papéis sociais. Apesar disso, a publicidade ainda deixa essa audiência sub-representada e, muitas vezes, invisibilizada. Um estudo da AlmapBBDO confirma esse distanciamento: 70% dos entrevistados disse sentir-se ignorados ou representados de forma irreal pela publicidade.


Estereótipos que afastam

Parte dessa negligência nasce de estereótipos equivocados sobre interesses e padrões de consumo.

Na Interteia, atuamos intensamente com projetos para fundos de previdência, o que nos coloca constantemente em contato com temas como planejamento de aposentadoria, educação financeira e envelhecimento saudável.


Recentemente, organizamos uma palestra com o geriatra Marcos Cabrera e ele disse algo que me marcou muito: “Quando vemos um adolescente passar o dia no sofá, nos preocupamos e incentivamos a mudança. Mas, quando isso acontece com um idoso, consideramos normal.”


Essa percepção revela o quanto ainda encaramos o envelhecimento como sinônimo de passividade. Mas a realidade, felizmente, é outra. Essas pessoas querem e podem manter uma vida ativa, e as marcas precisam a conexão, entendendo a realidade e dialogando constantemente com esse consumidor.


Oportunidades reais e pouco exploradas

A consultoria Data8 tem produzido estudos importantes sobre economia prateada no Brasil. Um dos destaques divulgados recentemente é a relevância de temas como climatério e menopausa. Antes cercados de silêncio, agora começaram a sair do "armário", impulsionados por figuras públicas que não têm medo de abrir o jogo, como Fernanda Lima, Angélica e Ingrid Guimarães, entre outras.

 

Uma mulher pode viver até metade da vida nesse processo, e durante ele surgem novos hábitos de consumo. Para citar alguns exemplos: busca por alimentação equilibrada, prática regular de exercícios, suplementação, terapias e produtos de bem-estar. Tudo isso movimenta setores inteiros, mas ainda há poucas empresas se posicionando consistentemente e aproveitando novos nichos super interessantes.


Outro erro recorrente é a visão homogênea do público 50+. Trata-se de um grupo diverso, com interesses que vão de aventuras radicais a programas culturais, de viagens longas a momentos em casa com a família. Ignorar essa pluralidade é perder a chance de criar mensagens relevantes segmentadas, estimulando as relações genuínas.


A economia prateada já se faz uma realidade que movimenta um mercado de quase R$ 2 trilhões aqui no nosso país. Marcas que compreenderem seu valor vão não somente conquistar clientes, mas também estabelecer conexões duradouras com uma base fiel e influente. Esse público tem voz, experiência e recursos para investir. Cabe às empresas decidir se querem estar no centro dessa conversa ou permanecer à margem de um dos mercados mais promissores das próximas décadas.


A pergunta que fica é: sua marca está preparada para enxergar, ouvir e dialogar com quem já construiu tanto, e ainda tem muito a consumir, viver e influenciar?



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